NELSON DECLAMA POESIA

Quando acordou, naquela manhã chuvosa de sexta-feira, decidiu que faria uma surpresa romântica. Ligou para o celular da noiva, mas ela não atendeu. Solange estava no Rio de Janeiro. Congresso de três dias. Nelson insistiu, reiteradas vezes, e por fim deixou uma longa mensagem de amor gravada na secretária eletrônica.
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Tinha acabado de atingir o orgasmo quando ouviu o telefone. Não iria atender, mesmo que quisesse. Flutuava, entorpecida, sentindo os músculos da perna ainda latejando. Mais uma vez, novamente sem culpa. Nelson era bom. Amigo, excelente caráter. Não tinha vícios, trabalhador. O genro dos sonhos de toda mãe zelosa.


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