PROFISSÕES DO FUTURO


Em que mundo os nossos filhos viverão daqui a trinta anos? Penso a respeito e considero a velocidade dos avanços tecnológicos, impactos nas relações de trabalho, mudanças nas relações interpessoais. O que hoje parece impensável, inconcebível por incrédulos, em algumas décadas será realidade.  

Ninguém suspeita, mas paira sobre muitos o mesmo espectro fantasmagórico que assombra aos cobradores de ônibus e taxistas, sem falar nas profissões obsoletas que caducaram faz tempo. No limiar do amanhã, pilotos de avião e motoristas serão raros, assim como hoje é difícil encontrar um afiador de facas perambulando pelas ruas. Até os médicos, que as pessoas acreditam insubstituíveis, breve serão enxugados. Restarão alguns especialistas que irão apertar botões e ativar interfaces para as máquinas fazerem diagnósticos e demais procedimentos, incluindo alta complexidade. 

Nesta aurora do século vinte e um, como orientar a uma criança para o rumo correto de eventual vocação, no momento em que ela se manifestar, se logo ali adiante as profissões serão diferentes? Ocupações terminam e surgem outras. Tudo muda o tempo inteiro, foi assim ao longo da história, embora nunca com tamanha rapidez. 

Haverá trabalho para todos? No futuro deste “mundo líquido”, quais serão as ocupações perenes? Não pense em forças armadas, pois os soldados também serão substituídos e as guerras uma exclusividade das máquinas, controladas à distância ou autônomas. 

Que restará, aos descartáveis de todas as áreas do conhecimento, senão a esperança da reciclagem e o aprendizado de novo ofício, além de enorme concorrência? Haverá escapatória nesta sinuca de bico? 

Quem sonha com o melhor para os seus filhos deveria refletir a respeito, enquanto há tempo, antes que acorde e descubra um pesadelo em realidade. Eu penso nisto, enquanto observo o angélico ressonar das crianças, soberanas na tranquilidade da inocência. 

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