CACOS


Antes do EXU LITERATO, mantive até agosto de 2005 o blog intitulado "CACOS - O ofício solitário do autor desconhecido". Foram 60 edições, publicadas com até 30 dias de diferença. Era laboratório, noticiava lançamentos e reproduzia resenhas, além de e-mails que trocava com autores novatos e consagrados.

Um dos picos de audiência foi a publicação do texto inédito de Caio Fernando Abreu, belíssimo, guardado a sete chaves pela jornalista Jussara Silva, que o confiou a mim. CACOS abria com um texto genérico, às vezes sobre os assuntos do momento. Abaixo, reproduzo o primeiro parágrafo da edição 56. A trema ainda existia naquela época.

Número CINQÜENTA e SEIS 
Porto Alegre, 04 de julho de 2005.

Em tempos de mensalão, falar e escrever sobre literatura parece coisa de outro mundo. Antes de iniciar a redação destas linhas, acompanhei trechos do programa Canal Livre, na Band, com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Nenhum autor, em qualquer tempo, teria sido capaz de criar tal personagem. Bandido, carismático, rápido de raciocínio e com o timing perfeito do espetáculo. Verdeiro canalha rodrigueano, travestido sob o falso manto da moralidade. Isto é Brasil.

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