Cheguei no baile anunciando aos gritos:
- Neste lado só tem Belmonte. No outro, homens elegantes.
Levantou-se um contrariado:
- Opa, eu não sou elegante.
- Então passa pra cá, Belmonte. Informal e esculacho, só pode ser gente nossa.
Agora sério. Imagino que esse pessoal, os Belmonte ancestrais, seja lá de onde vieram, Espanha ou Portugal, deve ter sido gente envolvida com o cultivo de oliveiras e o fabrico do azeite de Oliva, considerando a prensa e os ramos que, a mim, parecem folhas presas a galhos da árvore consagrada pela pomba de Noé. Ou então, esmagavam na prensa qualquer outra coisa, cabeças talvez. Decerto, poderiam vir da região montanhosa, criadores de caprino. Sem dúvida eram guerreiros, nos momentos de defesa dos territórios, porque então o "tigrada" não possuía o nobre direito à escuderia própria, ainda que tosca, como a nossa. Por fim, temos o mistério dos Belmonte afro-descendentes e a outra linha, os Belmont sem E. Haja calvície.
Para mim, como em tudo, há sempre uma versão ficcional alternativa e cosmogônica: eu tenho mais de outro planeta do que de Belmonte, Villar ou qualquer nome inventado pelo homem terrestre. Prefiro pensar que esse habitáculo, também conhecido como corpo, era o que havia disponível para eu descer no momento de minha chegada. O que a "casa oferece". E talvez o meu nome eterno seja um número, a unidade exploratória 21071972. Quem duvida, é mais louco do que eu. Nesta versão, o espírito alien entra no corpo quando ele é gerado. Cada alien no seu hospedeiro temporário e alguns vindos de muito longe, outros de bem perto, e muitos ainda de um mesmo lugar entediante, igual ao nosso planetinha aqui.
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