QUANDO A MÚSICA NUNCA PERDE A ATUALIDADE



É difícil para mim, que os conheço, tecer comentários que passem longe do elogio fabricado por encomenda, sentenças analíticas elogiosas, viciadas por compadrio, como é fácil constatar em alguns casos na literatura. Vou deixar que a música fale. São artistas veteranos, já estiveram em bandas conhecidas, acompanharam nomes consagrados e também atuaram na publicidade, em jingles que marcaram época. Selecionei um dos arquivos que recebi, mas todos são merecedores de apreciação, dignos de mérito pelo aprazível resultado da experiência auditiva. Música para ouvir batendo o pezinho, no ritmo melódico que flerta com tendências diversas, aparentemente, incompatíveis, mas bem costuradas pela alquimia do arranjo. A experiência acontece, e o resultado é positivo. A letra da música, contundente crítica social e política, de costumes, tem mais de 20 anos. Apesar de longeva, cada vez mais atual.

Na ficha técnica, vozes femininas e infantis ilustram os backing vocals, o produtor e músico Chico Ferrete ao contrabaixo, mais a participação luxuosa de Zé Flávio guitarrista (Zé Flávio, o grande, imortalizado por aquele riff de guitarra em “Deu pra ti”, do Kleiton & Kledir, além de outras pérolas da sua verve musical, distribuídas em “conchas” de artistas conhecidos Brasil afora). Augusto Barquett, poeta, músico e publicitário, foi o responsável por essa aventura épica musical, reunindo uma trupe de amigos que conheço desde guri, na zona Sul de Porto Alegre, onde cresci com uma geração e meia de atraso, em relação a esses caras, embora tenhamos nos encontrado lá adiante, no decorrer da caminhada. Grata surpresa e presente da vida. Muito obrigado, é o que tenho a dizer, antes de recomendar a todos que escutem com atenção. A riqueza de detalhes forma o conjunto. O título da música selecionada por mim: “Agora já falei.”

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