Filosofia sempre. Ou então, me matem logo. |
Eu sempre vou respeitar a quem diverge. Mas é triste. Vejo jornalistas que dispensam a filosofia e acreditam, piamente, que boa parte das universidades brasileiras forma exércitos de militantes abobados de esquerda. E dizem isso com a maior naturalidade, convictos, dispostos a abrir mão daquilo que formou o mundo, toda a base de nossa civilização é herança direta do que, segundo eles, não faz mais sentido algum. O que faz sentido, então, se eu não puder formular o livre-pensamento? Marche-marche, bater cabeça para qualquer um que tenha força e decida me subjugar?
Estive na universidade, nunca vi nada disso. Conheço professores universitários de direita, alunos de direita. Sinceramente, não sei onde está essa máquina de embrulhar cérebros jovens. Nas grandes civilizações do passado, pensadores, artistas e artesãos, artífices que pensavam inovações tecnológicas eram sustentados e estimulados a não fazer nada, somente criar e pensar. A ciência, meus caros, já comprovou que o ócio produz conhecimento e riqueza. Einstein que o diga. Leiam suas memórias, as cartas. Em sonho, inclusive, obtinha soluções às fórmulas malucas. Então, pouco existiria sem o “ócio”. Quem se diz cristão, deveria conhecer a palavra. “Fiat lux”. Do “vazio”, surgimos.
Festim estoura a manada. Mas eu quero bala de elefante. Vislumbro longe, faço mira na memória imemorial. O rabi descrito não era de palavras adocicadas. Se fosse, não iria para a cruz. Nem serviria como o Cristo. Um homem capaz de coisas surpreendentes, talvez um dos maiores avatares que tivemos notícia, certamente aquele que os outros homens mais se empenharam para divulgar até aqui, por bem ou mal, depois de sua passagem, disso não tenho dúvidas. Contudo, não posso validar dogmas, nem desconhecer a sinceridade anímica existente na fé de outros milhões de terráqueos, os budistas, hindus, sincréticos e também os buscadores sem religião. Respeito pontos de vista contrários. Criamos livros sagrados para explicar a nossa presença inexplicável. Eles foram recebidos de algo maior, intuídos por pessoas de grande credibilidade em suas épocas, portanto validados por seus pares. O que nos leva ao óbvio questionamento: por qual motivo, afinal, somente aqueles ancestrais do reduto judeu, teriam sido capazes de intuir o inominável, se a transcendência ainda está disponível à humanidade inteira, desde que as pessoas se permitam, busquem ou sejam arrebatadas? Há registro de materialistas que tiveram visões místicas não provocadas por substâncias naturais. ou equipamentos indutores construídos pelo homem cientista, como “O Capacete de Deus”.
Jesus curava no sábado, porque todos os dias nos pertencem, quem inventa regras é o homem. Não sou católico, mas conheço a palavra (Mateus 15:30, 31; Lucas 13:10-17; Mateus 20:29-34). Aqui, um trecho apenas: “Vocês são maus. Qualquer um de vocês desamarra seu jumento e o leva para beber no sábado. Então, não devia esta pobre mulher, doente por 18 anos, ser curada no sábado?”. A resposta de Jesus os envergonhou.
Quem fala por parábolas e ensina, não é filósofo? Quem analisa o seu tempo e propõe mudanças radicais na sociedade de sua época, não pensa como sociólogo? Esses nomes não existiam, são modernos, mas também ele teria sido moderno em seu tempo.
É boa oportunidade para eu apresentar hipótese. O que representa e está dito nos textos, talvez não seja um homem, mas uma ideia a perseguir dentro de nós, um caminho sugerido. Considerando verdadeiras as informações, dando conta de que houve outros humanos com características semelhantes, fazedores de “milagre”, leia-se coisas inexplicáveis, mas reais, independentemente de serem induzidas por algo que potencializa um efeito adormecido em quem recebe a “graça”, pessoas surgidas na Índia, no antigo Egito, em outros lugares do planeta, em povos que não se tocaram no tempo e no espaço, acredito que é possível. O resto é dogma e não valido. Eu levanto hipóteses. Algumas coisas só podem ser validadas individualmente.
Brasil de carona na loucura – Imagine uma família que embarca de carona com aquele primo maluco psicótico. Ele guia acima da velocidade, bebe antes de dirigir, xinga os outros motoristas no trânsito, disputa rachas e tem um grande adesivo no vidro traseiro: Deus é fiel. As coisas no país devem ser conforme a Constituição. Essa é a maioria. O presidente diz que as coisas no país devem ser conforme a maioria. Somando os votos nulos, brancos e dos outros, o atual presidente nunca teve a maioria, senão em seu delírio de grandeza.
Em tempos de cavalgaduras muares e asininas, rendo homenagem à nobreza dos cavalos. Na aurora as pontes se abrem para os marinheiros que navegam. Ao entardecer, continuam levantadas a quem alcançou o grau de contramestre, hábil condutor durante o dia e apto para encarar a tormentosa noite vindoura. Os demais não venceram as ondas gigantes. Correntes fortes, empurrando por baixo em direção contrária, impediram o avanço seguro. Fizeram água durante a travessia e naufragaram. Cemitério de ossos para almas errantes nas fossas abissais dos oceanos e mares tenebrosos. Baleia no mar passeia, quem manda no mar é a Sereia. O templo invisível cresce a olhos vistos. Dizimo de ingresso é o pensamento elevado.
Somos sovados desde sempre. O pão é menor, porque nos roubam na pesagem. A hora de dividir a massa é sempre com a padaria fechada, nos fundos da quadra de trabalho. E o leite vem malhado de fábrica.
Brasil é o paciente que a medicina tradicional mandou para casa morrer sossegado. A família, que somos nós, tem esperança numa eventual bem-sucedida operação astral, ou milagre cristão. Alguns líderes antagonistas têm muito em comum: a incrível capacidade de despertar paixões e ódios. De onde nós brasileiros tiramos a ideia de que um novo país virá goela abaixo? A nação que sonhamos está a caminho, mas é uma renovação que não veremos nesta vida. Todos nós precisamos morrer, para que surjam no horizonte as novas e novíssimas gerações.
Comentários