O LAMENTO DOS SÁTIROS


Nós homens somos impressionantes e impressionáveis. Um amigo me fez recordar Charles Bukowski. A mulher mais linda da cidade, no caso a cidade possível que são as relações interpessoais dessa interposta pessoa, resolveu cismar com ele. Houve uma lua de mel, nove semanas e meia de amor, como o filme, depois ela mandou ele caminhar. E o cara achou ruim, fez beiço. Ora, que tolice, poderia nada disso ter ocorrido, mas aconteceu e ninguém apaga. 

A vida é experiência, vivência, e as pessoas morrem também de uma hora para outra. Posse é o menos importante, salvo nas parcerias comerciais entre cônjuges. Nós queremos tudo em contratos cartoriais, as pessoas inclusive.

O segundo camarada, esse é fantástico, carrega um sentimento de remorso porque precisou escolher entre duas mulheres. A protelada, por óbvio, sentiu-se rejeitada e largou nas fuças dele a seguinte verdade: “tu tens que parar de pensar com o pau”. E o choramingas veio falar comigo a respeito. “O conselho de tua ex-namorada é sábio”, eu disse. “Contudo, ela precisa combinar isso com o teu pau também”. Essas coisas, em alguns homens, têm vida própria. São entidades à parte na estrutura do corpo e também existe um escaninho mental destinado a isso. Eu tenho amigos solteiros que recebem ligações. As mulheres informam: estou indo na tua casa tal hora, te organiza e me come. É bem assim, tiroteio. 

As pessoas se apaixonam e investem nas coisas, fecham outras portas. O terceiro caso, sui generis, chega a ser cruel por injusto disparate. A mulher adulta com quem ele se relaciona, estão em crise agora também por isso, entende que ele não deveria manter abertas as portas das amizades que mantém com outras mulheres, sejam apenas amigas ou ex-qualquer coisa. Ela, ao contrário, pode se relacionar amigavelmente com todos os que antecederam esse meu amigo. Ela pode, inclusive, ser assediada por outros homens e o meu amigo não deve ter ciúme. Somente ela pode, o ciúme dela é legítimo. O dele, caso haja, não será chancelado e o homem será acusado de dedo em riste por essa mulher em questão. 

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