TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Parte 1 - Jorge inventou o xibiu

A internet é um veículo sem precedentes, considerando as possibilidades de alcance da mensagem. O jornal impresso, por exemplo, tem uma tiragem diária e a partir dela é possível mensurar a audiência, usando a fórmula do número chutado que se inventa como padrão para cálculo de leitores por exemplar. As mídias eletrônicas, por causa dos institutos de pesquisa, também são passíveis de auditoria em termos de ouvintes e telespectadores por minuto.

Terra de ninguém - Na web é fácil estimar a audiência de um conteúdo autêntico, gerado e controlado pelo autor. Estranho é descobrir para onde vai esse conteúdo quando alguém divide o todo e atira pedaços ao vento. Não chega a ser a síndrome Martha Medeiros, que reclama de textos roubados e outros literariamente pobres cuja autoria lhe é atribuída. O que um autor de ficção nunca imagina é o tamanho da distância que o conteúdo percorre quando alguém resolve, por conta própria, repassar uma informação retirada da rede. Mais inusitado ainda é tomar conhecimento da utilidade e da variedade de aplicações que o texto ficcional pode ter.

Censurado para menores – No conto Adalgisa, reproduzido em sites e portais literários, mal publicado em “Contos para ler Cagando” e depois impresso em versão definitiva no livro “No Orkut dos outros é colírio”, a história narrada aborda a descoberta da sexualidade e as primeiras aventuras de um adolescente que gosta de meninas. Ao escrever belas cenas de amor e sexo, de vez em quando uma curra, Jorge Amado imortalizou o xibiu. Para mim, autor estreante, restou o hímem rompido.

No site chamado Yahoo! Respostas, uma adolescente faz perguntas sobre sexo. Quem responde, supostamente médico ou alguém habilitado na área de Saúde, indica como leitura ilustrativa justamente a primeira versão capenga do conto Adalgisa, e no final ainda dá crédito ao autor. Segundo o Yahoo!, portanto, sou autoridade em cabaço. Não acreditas?

Confere a íntegra da bizarrice.

Comentários

Edgard Reymann disse…
Muito bom, seu Caco. Forte abraço.
Tati disse…
Muito bom tio, agora vc também é especialista nisso. beijao
Anônimo disse…
Grande Caco:
Acho que a primeira vez que entrei num blog foi no teu, antigo, para te parabenizar. Agora, 6 anos depois, cá estou eu a fazer o mesmo. Na época, não imaginei que tu acabaria sendo um pioneiro neste negócio. E foste. Isso só se vê com o tempo. Grande abraço e sucesso.
Márcio Beyer
Anônimo disse…
Tchê Caquito, por este ângulo da visão, podes considerar-te, no mínimo, um bom entendedor de um hímen desprovido de intervenção masculina. Abraços do Tuba.